quarta-feira, janeiro 17, 2007

Adriana Xaplin, Antônio Augusto Bueno e Daliana Mirapalhete

Esculturas e desenhos, regras libertárias disfarçadas em livres intenções

Regras libertárias disfarçadas em livres intenções

Luís Filipe Trois Bueno e Silva

Fala-se para o mundo poder ouvir mas nenhuma descrição poderia, apenas ela, oxigenar os poros da inteligência e da sensibilidade.

Outra alternativa é (im)possível. Correr-se-ia, então, o risco de transformar estas palavras (des) pretensiosas e fraternas em afirmações diluidoras, imbecis, nauseabundas, absolutas e brutais.

Não. Ao contrário. Quer-se o oposto disso tudo - e sinceramente. Temos em vista pois o contato direto, tête-à-tête e sem máscaras, contudo - por favor ! – com todas as máscaras do mundo !

Mas, (...) por falar em máscaras, onde andarão nossos sorrisos ocultos, nunca usados (inéditos) e esquecidos ?

- Olhem para estes ao redor, e pensem e sintam o que quiserem. Ou, se preferirem - em cheio recomendo: aproveitem e sorriam de fato.

- Por que não?

Vejam agora, (...) todos os rostos! Todos os corpos. Cada um deles. Apenas isso e tudo mais.

Enfim, depois (...), alguém, de permeio, poderá – quem sabe?- falar (com os seus botões) sobre as remotas gárgulas e recordar algum inesquecível pesadelo ou alguma outra e determinada e singularíssima possibilidade - não sei, mas assim gosto e faço questão de acreditar.

De resto, trata-se, na verdade, de nós mesmos, de mim mesmo.

Sim, vale dizer: é o eterno momento destinado a ser feito e desfeito com o tempo. Só ele, este e todos os outros.

Por outro lado, estamos lá, Aqui, ali e ainda assim – para o nosso contínuo espanto – não estamos, parece que jamais estamos em parte alguma, em tempo algum.

Atenção porém - importantíssimo !! – não nos desesperemos sob nenhuma hipótese ! O caos precisa gostar dele mesmo para ser criador. Pois a doce ilusão que nos anima - e faz sentido - vem daí.

Depois disso, acima de tudo, lá adiante (ou muito aquém) da boa e leve melancolia, da desperdiçada intensidade, do ridículo a ser destemidamente enfrentado, do enorme cuidado, da displicência elegante e deselegante, da vergonha que não é timidez, do medo que sempre nos espreita, do narcisismo altruísta, da insignificância de certas coisas tolas, da bondade a toda prova, da incrível destreza diante do deveras difícil, do afeto incondicional, do silêncio que não diz nada, do silêncio que diz tudo, do voluntarismo inteligente e inconformista e, infelizmente, do horror que existe, há toda a beleza incompleta deste mundo, há a mão do homem que molda o mundo, há o indizível.

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