segunda-feira, junho 02, 2014

A liga da canela preta - Liga nacional do futebol Portoalegrense no início da década de 1910 

Por Lucas Strey


A memória e a identidade estão indissociavelmente unidas. A formação de nossa identidade é fruto da trajetória de vida, da história, do mito e da narrativa que experimentamos, que construímos ou que resgatamos. A arte enquanto pilar do conhecimento humano atua como um agente fundamental para reflexão e consolidação da noção de si. Para tanto, por vezes, recorre à memória como fonte de inspiração. E quando faz isso, não apenas conta uma história ou relembra fatos através de uma linguagem. Mais que isso, arte apresenta imagens do tempo materializado em uma poética de experiência que convida o indivíduo a ir além dos fatos residentes na sua memória. 

O trabalho de Adriana Xaplin tem essa força de regate e construção. Através de uma poética forte e marcante, evoca as forças do povo que atravessou o oceano contra sua vontade e em condições extremas e mesmo assim ajudou construir a identidade de uma nação com o sangue, o suor e as lagrimas. Tendo como pano de fundo a paixão pelo futebol e o vigor da autoafirmação dos negros e mulatos excluídos do esporte. As obras tomam o espaço expositivo articulam-se entre si e unem o passado e o presente por uma corda bamba provocando no espectador a sensação de instabilidade diante da memória. Para não cair no percurso você deve se livrar dos preconceitos e vivenciar a experiência com o corpo a mente o espírito.

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